Interessante como alguns livros importantes para você acabam, de certa forma, te perseguindo até você os ler. Um amigo meu tinha me falado de "O Clube do Filme" há algum tempo, mas na hora eu lembro que não dei muita atenção. Mais de 6 meses depois, eu, inesperadamente, ganho ele de presente. Esse Blog poderia muito bem levar o nome desse livro, se ele fosse só sobre filmes. Escrito por David Gilmour (não, não é o vocalista e guitarrista do Pink Floyd), o livro conta a história de um período de sua vida, mais precisamente 3 anos, com seu filho, Jesse Gilmour. É uma história simples e real, porém tão intimista e palpável que é capaz de criar uma identificação com a maior parte das pessoas.
É contada a história de um pai que está à beira de perder seu filho. Jesse tem 15 anos e vai de mal a pior na escola. Então David, crítico de cinema passando por dificuldades financeiras, resolve tomar uma decisão que poucos pais teriam coragem. Ele faz uma proposta ao seu filho: ele não precisaria estudar, nem trabalhar. Poderia viver de graça em sua casa, mas com uma condição: teria que assistir a 3 filmes por semana com seu pai, obviamente escolhidos pelo próprio. Durante 3 anos, pai e filho assistem aos grandes clássicos do cinema, às vezes discutindo brevemente sobre o filme, às vezes não. David tentou ao máximo deixar a interpretação por conta de seu filho. Ainda assim o livro seria medíocre se ficasse apenas nisso. Gilmour não se atém apenas ao "Clube do Filme", mas a sua vida durante esse período. Suas inseguranças com a idéia, suas falhas, decepções... a constante preocupação com o filho...
"O Clube do Filme" é uma história de crescimento. Não apenas do filho, mas do próprio pai. É também uma história de auto-conhecimento, de relacionamento entre pais e filhos. E acima de tudo isso, uma história de quebra de paradigmas (por mais clichê e chato que isso possa parecer). Afinal, o que estamos acostumados a pensar? Pagamos uma escola e uma babá para nossos filhos e vamos viver nossas vidas. Claro, a escola vai fazer todo o trabalho para nós. Vai ensinar valores aos nossos filhos. Vai ser bom ele aprender disciplina... me pergunto se as pessoas estão se enganando ou sendo cínicas mesmo. A escola pouco se importa com o que seu filho vai ser, se for particular então... a maioria só se importa em ter seu dinheiro no fim do mês e criar máquinas "não pensantes" de passar em vestibular. David Gilmour teve a coragem de ir na contra-mão disso tudo e usar o que ele mais sabia e acreditava para educar e se aproximar do seu filho da melhor forma. E assim ele consegue mudar completamente o futuro de um garoto que aos olhos de todos "não tinha futuro algum". Quem se interessar, pode buscar o que aconteceu com Jesse depois desses 3 anos. Não falarei aqui para não estragar algumas das surpresas do livro.
Há algo de cumplicidade quando você assiste a um bom filme com outra pessoa. Não parece ser nada demais, apenas duas pessoas sentadas observando uma história. Mas algo acontece, dividir aquela história cria uma conexão entre os dois. Rir, emocionar-se, surpreender-se... quando se faz isso junto, uma conexão é criada. Apostando nisso que a decisão desse corajoso pai foi tomada, à beira de perder seu filho. E aqui eu lembro um pouco de Bukowski, quando ele fala que os livros podem fazer de você um frouxo. É muito fácil esquecer de pensar por si mesmo quando se tem tantos livros e professores para dizer o que pensar, o que é certo e o que é errado, não?
Não é um livro extremamente profundo escrito por um gênio da literatura. Essa história não vai fazer você repensar sua vida, nem ter grandes epifanias. Bukowski, mais uma vez, falava que um intelectual é um homem que diz uma coisa simples de maneira difícil enquanto um artista é um homem que diz uma coisa difícil de uma maneira simples. Gilmour não é um intelectual. Seu livro é pura arte, é simples e extremamente fácil de ler. Ainda assim ele consegue dizer algo que eu não conseguiria transmitir aqui nem se escrevesse páginas e mais páginas. Não é um livro apenas sobre um pai e um filho, mas sobre como duas pessoas podem estar conectadas com o mais simples dos atos. Nesse caso, sentar em uma sala escura e olhar para uma tela por, mais ou menos, 2h.
É contada a história de um pai que está à beira de perder seu filho. Jesse tem 15 anos e vai de mal a pior na escola. Então David, crítico de cinema passando por dificuldades financeiras, resolve tomar uma decisão que poucos pais teriam coragem. Ele faz uma proposta ao seu filho: ele não precisaria estudar, nem trabalhar. Poderia viver de graça em sua casa, mas com uma condição: teria que assistir a 3 filmes por semana com seu pai, obviamente escolhidos pelo próprio. Durante 3 anos, pai e filho assistem aos grandes clássicos do cinema, às vezes discutindo brevemente sobre o filme, às vezes não. David tentou ao máximo deixar a interpretação por conta de seu filho. Ainda assim o livro seria medíocre se ficasse apenas nisso. Gilmour não se atém apenas ao "Clube do Filme", mas a sua vida durante esse período. Suas inseguranças com a idéia, suas falhas, decepções... a constante preocupação com o filho...
"O Clube do Filme" é uma história de crescimento. Não apenas do filho, mas do próprio pai. É também uma história de auto-conhecimento, de relacionamento entre pais e filhos. E acima de tudo isso, uma história de quebra de paradigmas (por mais clichê e chato que isso possa parecer). Afinal, o que estamos acostumados a pensar? Pagamos uma escola e uma babá para nossos filhos e vamos viver nossas vidas. Claro, a escola vai fazer todo o trabalho para nós. Vai ensinar valores aos nossos filhos. Vai ser bom ele aprender disciplina... me pergunto se as pessoas estão se enganando ou sendo cínicas mesmo. A escola pouco se importa com o que seu filho vai ser, se for particular então... a maioria só se importa em ter seu dinheiro no fim do mês e criar máquinas "não pensantes" de passar em vestibular. David Gilmour teve a coragem de ir na contra-mão disso tudo e usar o que ele mais sabia e acreditava para educar e se aproximar do seu filho da melhor forma. E assim ele consegue mudar completamente o futuro de um garoto que aos olhos de todos "não tinha futuro algum". Quem se interessar, pode buscar o que aconteceu com Jesse depois desses 3 anos. Não falarei aqui para não estragar algumas das surpresas do livro.
Há algo de cumplicidade quando você assiste a um bom filme com outra pessoa. Não parece ser nada demais, apenas duas pessoas sentadas observando uma história. Mas algo acontece, dividir aquela história cria uma conexão entre os dois. Rir, emocionar-se, surpreender-se... quando se faz isso junto, uma conexão é criada. Apostando nisso que a decisão desse corajoso pai foi tomada, à beira de perder seu filho. E aqui eu lembro um pouco de Bukowski, quando ele fala que os livros podem fazer de você um frouxo. É muito fácil esquecer de pensar por si mesmo quando se tem tantos livros e professores para dizer o que pensar, o que é certo e o que é errado, não?
Não é um livro extremamente profundo escrito por um gênio da literatura. Essa história não vai fazer você repensar sua vida, nem ter grandes epifanias. Bukowski, mais uma vez, falava que um intelectual é um homem que diz uma coisa simples de maneira difícil enquanto um artista é um homem que diz uma coisa difícil de uma maneira simples. Gilmour não é um intelectual. Seu livro é pura arte, é simples e extremamente fácil de ler. Ainda assim ele consegue dizer algo que eu não conseguiria transmitir aqui nem se escrevesse páginas e mais páginas. Não é um livro apenas sobre um pai e um filho, mas sobre como duas pessoas podem estar conectadas com o mais simples dos atos. Nesse caso, sentar em uma sala escura e olhar para uma tela por, mais ou menos, 2h.
Link do Youtube
Esse livro é muito bacana mesmo! Achei ele por acaso, na seção de livros de um supermercado e, após uma lidinha na contra capa, me interessei de cara.
Até então eu nunca tinha ouvido falar, comprei com o intuito de uma leitura para me distrair, mas me surpreendi pelo rumo da história e pelo modo que ela é contada, bem como você falou. Recomendo!
\o/