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sábado, 8 de janeiro de 2011
by Victor Carvalho in
Mesas:
Comédias,
Filmes
É inegável que Steve Carell vem atuando em algumas das melhores comédias atualmente: desde a série The Office a ótimos filmes como Date Night (Uma Noite Fora de Série) e Dan In Real Life (Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada). O seu mais novo trabalho, Um Jantar para Idiotas (Dinner for Schmucks) não é um daqueles filmes refinados de humor, em que você não dá mais que um sorriso de canto de boca. Esse é um daqueles filmes com situações tão absurdas que não gargalhar é simplesmente impossível. Paul Rudd, em um papel muito parecido com o que fez em Role Models, interpreta o executivo de uma empresa que lucra comprando outras empresas em má situação e vendendo seus bens. Ou seja, ele se aproveita da miséria alheia para ganhar dinheiro. A companhia em que trabalha é dividida hierarquicamente por andares. Paul trabalha no sexto, seu sonho é ir para o sétimo, onde estão os grandes acionistas.
Então Tim (Paul Rudd) vê sua grande chance: um funcionário do sétimo andar foi demitido. Mais uma vez ele vai se aproveitar da miséria alheia: apresenta um grande projeto ao seu chefe e... ele quase consegue a promoção. Por que quase? Porque seu chefe quer conhecê-lo melhor e o convida para um jantar diferente. Nesse jantar ele tem que convidar um “idiota” para que todos possam dar risada da cara dele. No fim da noite, o maior idiota ganha um prêmio. E é nesse momento em que ele conhece Barry, o personagem de Steve Carell. Barry é um cara bastante excêntrico e que tem como hobby pegar ratos mortos na rua e empalhá-los para construir quadros. Arte? Arte também é um conceito que segue todo o filme. A namorada de Tim faz exposições artísticas. Ela atualmente está trabalhando para um artista que é tão ou mais excêntrico que Barry. O interessante é que este “artista” consegue camuflar seus costumes anormais com a idéia de que o que ele faz é em nome da “arte”. Mas o que é arte, ou melhor, quanto vale a arte?
O interessante foi que o filme me fez lembrar uma frase do filósofo romano Séneca: “Se me apetece rir de um louco, não preciso procurar muito longe; rio de mim mesmo”. É a razão última do filme. Todos são idiotas. Qual a fronteira entre um “homem sério” e um idiota? É imperceptível. Todos possuem suas excentricidades. A única diferença é que uns escondem melhor do que outros. Escondem atrás da arte, de um cargo, de um terno. Toda noite jantamos com idiotas e não percebemos. Afinal, já alertava o escritor francês André Suarès que a loucura é o sonho de uma única pessoa enquanto que a razão é a loucura de todos. De forma metalingüística, você também riu de idiotas, o tempo todo, durante todo o filme. Loucos rindo de loucos, idiotas rindo de idiotas, é sobre o que esse filme é. E é exatamente o que você faz quando o assiste.
6
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